Mulher, de 56 anos, que faleceu em 16 de março, teria sido infectada em fevereiro
A OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmou nesta terça-feira (11) a primeira morte no planeta causada pelo vírus H3N8, popularmente chamado de “gripe aviária”. O micro-organismo circula desde 2002, mas até então não havia levado a óbito de seres humanos. A vítima fatal seria uma senhora de 56 anos, moradora da província de Guangdong, na China.
A mulher teria apresentado sintomas da enfermidade no dia 22 de fevereiro, com a internação sendo necessária alguns dias depois, em 3 de março, em razão de grave pneumonia. A morte teria ocorrido no último dia 16 de março, mas somente no dia 27 o governo chinês teria confirmado que a mulher havia sido infectada pelo vírus em Guangdong, que faz fronteira com Hong Kong e Macau. Sua capital, Guangzhou, é o terceiro maior município do país asiático.
Este seria, segundo informa a OMS, o terceiro caso identificado de infecção pelo vírus H3N8 em humanos em todo o mundo, todos eles na China. Os dois primeiros ocorreram em abril e maio do ano passado. O H3N8 surgiu na América do Norte e era transmitido para cães, cavalos e leões-marinhos. “Uma investigação epidemiológica e o rastreamento de contatos próximos foram realizados. Não foram encontrados outros casos entre pessoas próximas ao indivíduo infectado”, relatou a OMS por meio de nota.
Ainda de acordo com a publicação da OMS, a vítima, além de comorbidades, teria também contato constante com pássaros selvagens dentro da própria residência e com outras aves antes do começo dos sintomas da gripe aviária. A ocorrência da infecção teria sido detectada por meio do sistema de vigilância de infecções respiratórias agudas graves do país. A contaminação da mulher, explica a OMS, poderia ter acontecido por ela frequentar mercado de aves, entretanto, a “fonte exata da infecção ainda deve ser determinada, assim como a relação entre esse vírus e outras gripes aviárias que circulam no ambiente animal”.
A OMS acrescenta ainda no comunicado que o micro-organismo não teria capacidade de ser transmitido de uma pessoa a outra, além de considerar baixo o risco de propagação entre humanos tanto em nível regional, como no caso da província, quanto nacional e internacionalmente. “Entretanto, devido à natureza de constante evolução dos vírus influenza, a OMS enfatiza a importância da vigilância global para detectar alterações virológicas, epidemiológicas e clínicas associadas aos vírus influenza circulantes”, salienta.
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Na última segunda-feira (10) o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) atualizou o alerta para a necessidade de adoção de medidas para prevenir a gripe aviária. Na nota, a pasta relata que houve pedido aos órgãos de defesa sanitária para que aumentem a fiscalização a estabelecimentos avícolas com a finalidade de evitar a entrada de gripe aviária no território nacional.
No alerta também consta que é preciso ter vigilância epidemiológica às 20 localidades de controle de aves migratórias reconhecidas pelo DSA (Departamento da Saúde Animal). Esses locais monitoram a entrada dessas aves no Brasil e encontram-se nos Estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
De acordo com o Mapa, há pelo menos 197 espécies de aves que podem migrar, com 104 delas com capacidade para se reproduzir em solo brasileiro.